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terça-feira, julho 26, 2011

You had my heart inside of your hand


- Por que você sempre faz assim?

- Assim como?

- Chega sempre com ar de quem quer ficar, e sempre vai embora antes dos primeiros raios do sol?

- Talvez seja indecisão.

- Não gosto de ser indecisa.

- Todo mundo é, no fundo.

- Sou indecisa em comprar uma blusa azul ou lilás, não quanto ao que me faz feliz.

- É...

- O quê?

- Ser feliz, essa é a questão. Até quando isso dura?

- Depende, o tempo de um sol se pôr ou o tempo de uma vida acabar, isso é com você.

- Gosto da forma como você vê a vida.

- Quer?

- O quê?

- Ir comigo, ver o mundo da mesma forma?

- Não sei... É que....

- A indecisão de novo não é?

- Talvez.

- Bem, to indo.

- Já?

- Enquanto você se resolve e procura alguém que te dê mais certezas de felicidade que eu, vou seguir.

- Mas...

- Beijos.

- Eu acho que quero você.

- Enquanto houver um ‘acho’ entre nós, seremos assim, você no ponto de interrogação e eu no ponto de exclamação.

- Por que não fica por perto?

- Porque já fiquei demais!

quarta-feira, julho 20, 2011

Aos meus amigos


Não é difícil encontrar bons amigos. Difícil é manter amizades. Bons amigos estão por aí, em qualquer esquina, mas é preciso bom coração para conquistá-los e tê-los por perto apesar de qualquer distância.

Ser bom amigo é o mesmo que ter bons amigos. Possuo bons amigos que encontrei poucas vezes na vida, e aqueles que eu só encontro vez ou outra e não tenho nem o número do seu celular, mas, amizade, é mais sentimento de querer bem que qualquer outra coisa. Carinho transpassa qualquer barreira. Tenho amigos que não moram na mesma cidade que eu há anos, e nem por isso, em qualquer momento deixaram de merecer o título de amigo. Simplesmente porque, ao nos encontrarmos, o abraço é o mesmo.

Não posso negar aqueles que se aproximam por um interesse qualquer, e vão embora levando nossa decepção em ter confiado em alguém que não merecia, mas esses não merecem o título de amigo, e para cada um que age assim, existe uma legião de anjos na terra que te faz ter certeza que ainda vale a pena continuar sendo e tendo amigo.

Há ainda aqueles que nunca te deixam, nunca se esquecem, estão sempre ali, pra qualquer coisa. Para um porre na mesa de um bar, ou para ficar em silêncio ao teu lado. Há aquele que tem livre acesso a sua casa, e tem sua mãe como tia. Aquele que manda sms de madrugada só pra dizer que lembrou de você na balada que você não foi.

Para todos que fazem diferença na vida do outro, de forma positiva, seja em uma noite de verão, ou em uma vida inteira, um feliz dia do amigo!


"Tenho amigos tão bonitos. Ninguém suspeita, mas sou uma pessoa muito rica" (C.F.A.)

quinta-feira, julho 14, 2011

Carta para um coração



Curitiba, 14 de julho de 2011


Acho que faz tempo que a gente não se fala, não é? Culpa desse cotidiano corrido e da minha estranha mania de fingir que você não faz muita diferença, na minha vida. To escrevendo para mandar notícias do lado de cá, e queria saber como andas. Confesso que às vezes tenho saudades do tempo em que andávamos próximo, das confidências que trocávamos e de quando eu confiava a você minha felicidade. Mais são muitas feridas que demoram a se curar, e eu não gosto disso.

Lembra de quantos suspiros esperançosos nós demos? Tantos planos! Um fim de semana no frio da serra, uma viagem de navio. Tempo que não volta, e mesmo que voltasse, somos hoje resultado de novas experiências, e não iríamos crer novamente em velhos sonhos.

Sabe Coração, sou um misto de prazer e dor, em viver longe de você. Um dia sei que volto a te encarar, só não sei se quero que isso seja tão logo. Viver nesse mundo racional, geralmente é previsível e com poucas decepções. Mas isso inclui também, não viver surpresas de tirar o fôlego.

Assim a gente segue. Você batendo vagamente por aí, e eu seguindo meu caminho por aqui. Vez ou outra lembro de você, e as vezes você dispara, para chamar minha atenção. Um dia, a gente cruza uma esquina, se encontra e se abraça. E quem sabe, a gente consegue, enfim, começar do zero e fazer tudo diferente?

Com Carinho,

Carol.

segunda-feira, julho 11, 2011

A pessoa certa para você não ter



Eu sempre acordo com mau hálito e cabelo desgrenhado, além de usar um pijama de flanela, nada sensual. Acho que isso justifica eu não servir pra você. Eu tenho mau dormir e me viro a noite toda, mas não desperto de madrugada e me acalmo com um abraço. Eu levanto animada e cantando, e compreendo que você não goste, realmente cantar não é um dos meus dons.

Desculpe, eu, no geral, não me maquio pela manhã. Sabe como é, para não torturar minha pele todos os dias. Eu sei da sua busca pela mulher perfeita que parece uma boneca arrumadinha, mas pra isso eu precisaria acordar mais cedo, e eu gosto mesmo é de perder vários minutos fazendo manha para levantar.

Eu cozinho o trivial e adoro um arroz com ovo, é uma pena que você esteja sempre me comparando com a cozinheira espetacular que você tem em casa. Eu ando admirando o céu e me apaixono todos os dias pelo vento batendo no meu rosto, mas você nem gosta de moto, não é?

Eu adoro cerveja e vez ou outra caio no pileque, juro que sou comportada, mesmo com excessos. Fico rindo a toa e mais intensa, nada demais. Sei que você gostaria que eu ficasse careta e assumisse a direção do carro no fim da noite. Uma pena, mas nem habilitação eu tenho.

Sou falante, e adoro contar histórias, minhas ou de pessoas que eu já encontrei por ai. Adoro uma roda de bate papo descompromissado, mas suas regras não permitem uma vida leve, suas leis são os relógios e calendários. Além do mais, quanto começo a falar, é difícil me parar, entendo seus motivos.

Adoro abraçar. Abraços fortes e longos, daqueles que fazem o mundo parar e você, pelo visto é inquieto demais pra perder minutos com cenas de filmes. Sou uma romântica, daquelas que se encantam com mínimas coisas, e logo você, que acha um desaforo roubar uma flor do jardim alheio só para satisfazer meu prazer.

Sabe, durante tempos achei que eu seria a pessoa certa para você. E até sou, mas, descobrir que na verdade você que é o par errado para mim.

sábado, julho 09, 2011

Fica



Fica, vai ter o calor do abraço e o cheiro dos nossos perfumes se misturando no ar. Vai ter o som de nossos risos, vindos da cozinha. Vai ter também o seu bolo favorito, quentinho, saindo do forno. Ventos de outono uivando nos nossos ouvidos, acompanhados dos enlaces de nossas mãos, caminhando pelo parque com folhas alaranjadas. Vai ter o nosso suor em uma noite fria e a luz de velas. As flores brotando, quando a mais bela das estações chegar, perfumando nossos caminhos e enfeitando os cabelos meus. E não se esqueça das nossas tardes a beira mar, aquecidas pelo sol que já vai se deitar. Vai ter nossos corpos, vestidos com os mais velhos moletons, deitados na sala aos domingos à noite. Têm as manhas de todas as manhãs, e as lutas para não ir embora trabalhar. Vão ter brigas também, noites dormindo de lados opostos e cafés amargos e sem açúcar. Mas não se esqueça das reconciliações e dos sorvetes nas manhãs quentes. O chá quentinho, os pedidos para não deixar as roupas por aí, o cafuné, as disputas pelo controle remoto, músicas, sons, comédias pra mim e terror pra você. Vai ter uma vida normal. E cheia de amor.

Vai, fica!

domingo, julho 03, 2011

Eu chego já



Arruma a casa que eu to chegando, com os braços abertos e uma saudade que não para de arder. Um beijo guardado de tempos e promessas para uma vida inteira.
Arruma a cama, que eu quero lençóis brancos para perfumá-los de paixão, quero um café forte e companhia para ver a chuva molhando o jardim.
Arruma a sala, com aquele filme que amo na TV, a nossa bossa de amor no som e o vinho para espantar o frio que eu trouxe comigo.
Arruma a mala, que eu to chegando para partir de novo. Dessa vez com você. Levar-te para conhecer o mundo, tão diferente deste que te circunda e que você teima em achar que basta. Vamos conhecer os novos sabores, perfumes e formas de ser feliz.
Arruma a vida. Tira o amor do armário, espante a poeira e se vista dele. Arruma que eu to chegando. Que o resto, deixa que cuido eu.

"Eu cuidarei do seu jantar. Do céu e do mar. De você e de mim."

sexta-feira, julho 01, 2011

1º de Julho


Hoje eu não queria falar sobre tudo que me deixa o dia inteiro embaixo do cobertor. Mas o frio e a chuva não me deixa outra alternativa, que não seja viver meus dias chatos de uma maneira clichê: sendo chata.
Hoje de baixo do cobertor eu relembrei momentos que se foram, momentos de partidas eternas e da falta que faz aqueles olhinhos claros, que sorriam ao me ver. Por mais que, eu fosse nova demais para compreender a dimensão do abraço fraco, e da forma rude como se demonstrava o amor.
Hoje faz falta, muito mais que seu tom de voz chamando meu nome, cada vez que eu abria a porta e deitava ao seu lado na cama. Faz falta, aquele descompromisso com a vida, aquelas pequenas cenas de um contraste de gerações.
Me corroo pelas ações abafadas, por mais um afago que deixei de fazer. E pelo tchau que eu sabia que era pra sempre, em que eu não voltei correndo para terminar com um abraço.
É nessas horas que se percebe o quanto a vida corre, o quanto cada ano passa com uma piscada de olhos, e apesar de não gostar de viver dias debaixo do cobertor, hoje é o que me resta. Uma saudade de um tempo que não volta. Uma saudade de um tempo que não chegou ainda.

"Já que não me entendes, não me julgues, não me tentes"