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domingo, dezembro 09, 2007

Pequenas atitudes

Conversando com uma amiga americana, comecei com o papo "tudo que gostaria de perguntar a um americano, mas nunca perguntou", e calhou no assunto mais comentado do ano, sim o 'aquecimento global'. E toda aquela conversa sobre Kioto, foi me supreendendo e me fazendo refletir, ela diz: "no meu país, ninguém joga lixo no chão, vocês jogam, e ainda me vem criticar sobre o Protocolo de Kioto". É realmente to até agora com isso na cabeça. Não que seja um defesa para tal atitude do Bush. A própria também apoia o Protocolo, sabe que seu país polui em altos níveis, e como nós, odeia o Bush.

Mas o que eu sempre defendi, foi-me jogado na cara. As pequenas atitudes que para muitos são realmente pequenas, fazem a diferença no olhar dos que não estão acostumados. O lixo no chão, a não reciclagem, o banho quente e demorado, os gastos de energias e passeios de carro, também nos matam aos poucos. É claro, que de forma alguma, eu estou comparando isso aos grandes 'atentados' à natureza, que vem de certas empresas. Mas você que tanto os critica, não faz o mínimo. Se, como dizem, o que vale é a intenção, você esta em pé de igualdade com aqueles que você tanto julga.

Já dizia minha mãe, ''educação vem de berço'', e é hora de entender, que no estado em que o mundo anda, a falta de educação não vai lhe render apenas um castigo da sua mãe, mas um, muito mais sério e rigoroso. As consequências são duras, e ao contrário das mães, a natureza não perdoa.

domingo, julho 15, 2007

“Pela primeira vez na história dos Jogos Pan-Americanos, a competição não foi aberta oficialmente pelo presidente da República. Para evitar um enorme constrangimento, Luiz Inácio Lula da Silva, que estava preparado para falar, quebrou o protocolo e deixou a tarefa para o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman. Lula foi vaiado quatro vezes durante a cerimônia no Maracanã.”
GLOBOESPORTE.COM


Juro que estou desde sexta, abertura Pan, remoendo todo esse assunto de vaias ao presidente. Não, não sou Petista, muito menos acho que o Brasil vai de vento em popa com o governo Lula. Mas mesmo com toda a minha revolta de como anda nosso país, fiquei assustado ao ver cerca de 70.000 pessoas praticando um ato – minha opinião – vergonhoso em uma cerimônia de abrangência mundial. Apesar de ser uma pessoa que defende demasiadamente o protesto, defendo mais ainda o protesto inteligente e de efeito. Um povo que humilha seu representante, eleito pelos próprios para aquele cargo, está bem longe de honrar a hipócrita mensagem de nossa bandeira.
E minha utopia é que protestos como esses, sejam manifestados de 4 em 4 anos, sem badernas, apenas você, uma máquina e sua consciência.

quinta-feira, abril 19, 2007

Perdemos nossa voz





Vivemos em uma sociedade fruto de gerações que batalharam, lutaram, foram às ruas por seus direitos, por diretas, pela livre expressão. Somos frutos de uma nação que viu nossos ícones de cultura popular serem oprimidos por um governo ditador. Tínhamos um poder de massa, de ir as ruas gritar e sermos ouvidos, tínhamos a audácia de mesmo tão jovens acharmos que sabíamos o que era bom para o futuro dessa nação, achávamos e muitas vezes até sabíamos.
O tempo passou, a geração mudou, os novos jovens não gritam por justiça, nem no rock, que se vendeu a temas amorosos, abandonando o caráter critico de um ritmo que gritava “a burguesia fede” e “que país é esse”. Perdemos a vontade de lutar contra o que não nos agrada, nos acostumamos com o “rouba mas faz”, nos acostumamos a nos recolher em casa as 10 da noite sabendo que nem dentro do nosso lar temos a certaza da segurança.
Assistimos homicídios brutais, chacinas, massacres, que acabam virando apenas números. Aceitamos o fato de vidas serem transformadas em estatísticas. E o que fazemos além de se chocar um pouco ao ver a noticia e comenta-la em uma roda de amigos? O que fazemos além de desejar conforto a família da vitima da vez?
Nossa geração cresceu e não fomos ensinados a lutar. Talvez por certa angústia que nos deixou a ditadura, com tantas mortes por manifestos. E essas inconscientemente, causando uma negatividade com a palavra e ação “revolução”. Não nos ensinaram, mas ainda é tempo de gritar que a gente não quer um país assim, que a gente quer nossas Gabrielas andando em paz nos metrôs e os Joãos voltando pra casa, tranqüilos, na certeza que chegarão bem.
Portanto, grite, manifeste-se, lute por um país melhor para viver, lute por suas idéias, viva e morra por elas, pois só grandes idéias mudam o mundo.