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domingo, agosto 21, 2011

Confissões


Ah, eu sou simples, sabe? Simples desde o nome. Carol. Assim, C-A-R-O-L, e só. É quase uma forma da pessoa se sentir íntimo de mim logo no primeiro encontro. E eu gosto disso, mas ó, não abuse. Sorrio fácil, gargalho alto e tenho orgulho de ser simpática com quem quer que seja! Sem esse ‘Jaborismo’ de ser antipática. O mundo já anda cinza demais para cada um não fazer sua parte! Sorrir colore o dia, seu e dos outros, contribua!

Há quem me chame de idealista. E quer saber? Sou mesmo, e daí? Acho que tudo está em nossas mãos, basta querer. É uma questão de traçar objetivos, olhar para eles toda hora e não desviar o foco. Não que eu cumpra isso a risca todo santo dia, sabe como é né, falar é fácil! Mas tento não perder o rumo.

Minha idade emocional gira em torno dos 15 anos de idade. Me apaixono e desapaixono toda semana, e ainda consigo manter viva em mim aquela paixão crônica e platônica por aquele cara que eu fantasio ser o ideal. Não acredito nessa história de sapo que vira príncipe, no livro da minha vida só acontece o contrário.

Sou teimosa, em um grau que por vezes nem eu me agüento! Vou até o fim mesmo já tendo desconfiado durante o caminho, que não era o que eu devia fazer. Não acho justo comigo mesmo parar no meio do caminho. Porque vai que o negócio da certo! Aliás ser justa comigo é uma das coisas que mais prezo na vida. Não posso cobrar que as pessoas me sejam leais, se eu não fizer isso primeiro.

Tenho fraquezas que quase ninguém sabe, e não faço mesmo questão de saibam. Visto uma capa de auto-suficiente e faço pose de bem resolvida. Mas, confesso que adoro mimos, cafunés e um colo fofo e quentinho.

Sou assim, simples, idealista, apaixonada e fraca. Mas também complicada na TPM, descrente desse mundo, turrona e mais forte do que muitos imaginam. Posso mover o mundo ou levar três dias debaixo das cobertas. Sou imprevisível dentro daquelas opções, o que é, na verdade, ser uma pseudo-previsível!

Sou tudo que me convém e bem naquele clichê do Renato Russo: minha só minha, e não de quem quiser.

quinta-feira, agosto 18, 2011

Receita da Vovó


Eu não entendo essa complicação que homem faz para lidar com mulher. Conquistar mulher é tão receita de bolo, basta seguir aquele manual básico e tcharam, tá pronto! É claro que há de se ter cuidado para não solar ou queimar no forno.

Pra se fazer bolo é necessário ter paciência. Adicionar ingredientes um por um. Algumas colheres de amizade e uma boa dose de conversa. É recomendado colocar pitadas de humor, mas cuidado, é como o açúcar, se colocar demais fica enjoativo. Para a massa ficar homogênea é necessário descanso. Deixar a massa de lado, por um pequeno tempo é o segredo para um bom bolo. Depois volte cheio de afeto e acomode a massa no tabuleiro. Deve-se ter todo carinho possível nessa hora. Leve ao fogo brando e aguarde um perfume delicioso.

Tá vendo, menino? Seja simpático, sorridente, faça sorrir sem ser patético. Mas dê pequenos intervalos. Vá e volte para deixar saudade, mas nunca vá muito pra longe. Aqueça a menina no calor do abraço e nunca se esqueça de comentar ao pé do ouvido, o cheirinho maravilhoso que ela tem.

Mulheres são como bolos, às vezes muda a cobertura ou o recheio, mas a base é sempre a mesma! A única dificuldade é que existem realmente poucos homens disponíveis a aprender cozinhar.

quarta-feira, agosto 10, 2011

Cansei



Ah, eu cansei de falar de amor, sabe! Cansei desse jogo de “deixa que eu deixo”, essa coisa de não saber se dou um passo e fico com fama de oferecida ou fico na minha e passo o resto da vida na dúvida do que teria acontecido se eu desse um passo a frente. Cansei de esconder o sorriso que brota espontaneamente em meu rosto quando você se aproxima.

Cansei de viver um amor. De dividir minhas noites de sonho com você. To deixando pra lá essa coisa de querer saber dos seus gostos e medos. Já me bastam os meus. Não assino mais minhas poesias, elas são verdadeiras demais, e eu prefiro me esconder em codinomes, por ora. To andando descalça e de leve, para que ninguém me ouça. Não to a fim de explicar e muito menos de me entender.

To de saco cheio das músicas que cantam nós dois, e aquelas que falam por mim. Não quero fotos nem telefonemas. Desfaço os meus planos e fico com os enganos. Ah, eu cansei, de verdade mesmo.

Mas, o meu maior problema, é que eu descanso rápido demais!

"Hoje eu tô sozinha e tudo parece maior, mas é melhor ficar sozinha que é pra não ficar pior."

sábado, agosto 06, 2011

Tempo, tempo, tempo, tempo.



Eu, como uma apaixonada pelo escuro da noite, estava me estranhando hoje. Queria voltar o tempo e ver o sol nascer. Sentir aquele vento cortante do inverno, vendo o sol emanar toda esperança de um dia tranqüilo e secar as gotas de orvalho da grama. Mas o tempo é cruel né? Anda naquele mesmo ritmo sem olhar pra trás. Caminho até o lado de fora, me debruço na sacada e vejo a noite brilhar. Incrivelmente é uma noite quente. Sinto uma saudade do verão e desejo que os meses corram até que ele chegue. Entretanto, lembro-me que gosto de companhia para caminhadas sob as folhas caídas, de outono. Mas o outono já foi e estou só. Rego as plantas, e as vejo se preparando para me presentear com flores coloridas e perfumadas. Gosto da primavera, e do vôo do beija flor dando rasantes felizes, não demora e já ela chega.

Entro, preparo um café forte, tiro o bolo do forno. Aquele misto de perfumes me lembram as tardes de férias. Delicio-me nos sabores, mas, ainda não há nada que me finque ao presente segundo. Pulo pro sofá, zapeio os canais, desisto. Abro o livro, mas concentração passa longe. Rascunho uns poemas, e no fim, há mais riscos na folha que palavras. Caminho na pequena sala, talvez eu queira me cansar, para adormecer logo. Volto pra cozinha, faço um chá quente, hábito adquirido recentemente. Ouço um samba para alegrar o coração. Mas samba se ouve alto, e já é tarde. Junto às tralhas, lavo as louças e coloco meu relógio no pulso. É quase manhã, as pálpebras pesam, é o sono que chegou. Me rendo a ele.

Mas, não era a manhã, que eu queria que chegasse?


"Eu já arranhei minha garganta toda atrás de alguma paz."