Páginas

quarta-feira, junho 29, 2011

Sobre barbas e caras



Se tem uma coisa que me deixa louca, é a barba por fazer. Aquelas cerradinhas, prontas para roçar a nuca e provocar arrepios. Homem tem que ter cara de homem. Isso provoca minha libido. E esse é o problema, homem com cara de homem provoca meu corpo. Porque meu coração é osso duro. Não resiste a nenhuma carinha de coitado. Não resiste a nenhum sorriso no olhar. Coração bobo, daquele bem vagabundo mesmo, comprado em comércio popular e precisa ser recarregado a cada noite. Enquanto o corpo clama por atitude, o coração adora brincar de mãe, acordar às 6 da manhã para ligar e perguntar se ele já tomou o remédio. E quando surgem aqueles que sabem fazer manha? Me ganham instantaneamente. Saber falar calmo e fazer olhos de cachorro que caiu do caminhão de mudança bloqueia minha capacidade de dizer não! Mas as barbas.. ah, as barbas! Fazem cada poro do meu corpo se manifestar, caso acariciado bem de leve nos lugares certos. Falar soprando ao ouvido e sentir a respiração quente me deixa fora de qualquer eixo. É dilema puro. Corpo quer, coração acha chato. Coração apaixona, corpo cansa de fazer por onde. Mas, entre abraçar e ser abraçada, estar no meio termo me ganha, de corpo, alma e arrepios.

"Que me deixa maluca, quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba mal feita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita"

Nenhum comentário: