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quinta-feira, junho 09, 2011

Meio cheio ou meio vazio?


Para ouvir ♪

Você não sabe, mas alimento sonhos sobre nós dois. Simulo afagos e histórias de amor. Crio coincidências e suposições, sobre você e eu.

Observo seus gestos, toques leves e também teus olhos que não deixam transparecer o imenso universo que existe em você. Enigmáticos, desses tipos que deixam pessoas curiosas como eu sem coragem para virar as costas sem desvendar ao menos um mistério.

E suas falas? Ah... Suas falas pausadas, como quem desse tempo entre uma palavra e outra para que eu pudesse saboreá-las por completo. Risca a frase clichê da Lispector da agenda, o que eu quero tem nome, sobrenome, pai, mãe e um jeito encantador de sorrir. Uma barba mal feita que me faz fechar os olhos e esboçar um sorriso escapado.

Me perco em desatino, em risos abafados, palavras caladas e invento um amor. Um amor tranquilo de Cazuza, barato de Chico, mais que discreto de Caetano. Invento o meu amor, invento a reciprocidade, e vou-me embora tão cheia de mim, e vazia de ti.



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