Não vou procurar seu cheiro pelos lençóis, porque é certo
que vou encontrar. Aliás, preciso anotar na agenda de colocar toda a roupa de
cama na lavanderia. Em períodos de abstinência não posso correr o risco de te
achar perdido por aqui. As fotos já foram. Não viraram cinzas porque não queimo
o passado, mas saíram do mural e foram morar em uma caixa junto a outras
experiências mal sucedidas.
Já fumei mais que devia hoje. Eu sei que te jurei parar, mas
ou eu me afasto de você ou do cigarro, dos dois eu não aguentaria. Sei que meu
coração tá frágil, bateu mais que o normal dias atrás, mas o doutor não soube
me dizer se foi saudade ou algo menos sério.
Já tomei meu chá da noite, por mais que preferisse que fosse
uma cerveja naquele bar que a gente sempre frequentou e hoje não vamos mais, um
com medo de encontrar outro. A separação é realmente confusa. Você também se confunde
entre tentar se esconder e ser feliz?
A felicidade ainda mora aqui. Minha gargalhada ainda é
escandalosa, não se preocupe. Falta algo que talvez nem seja você, ou nem seja
pra ser suprida. Talvez nem fosse pra ser. Talvez o tempo tenha falhado, ou
talvez ainda, esteja em um acordo com o destino, preparando algum outro ‘talvez’
mais exato.
Tanto talvez que no fim não deu certo. Mas, tenho certeza,
não ter fim também não daria.
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