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quinta-feira, março 27, 2014

Talvez o fim

Para ler ouvindo



Não vou procurar seu cheiro pelos lençóis, porque é certo que vou encontrar. Aliás, preciso anotar na agenda de colocar toda a roupa de cama na lavanderia. Em períodos de abstinência não posso correr o risco de te achar perdido por aqui. As fotos já foram. Não viraram cinzas porque não queimo o passado, mas saíram do mural e foram morar em uma caixa junto a outras experiências mal sucedidas.

Já fumei mais que devia hoje. Eu sei que te jurei parar, mas ou eu me afasto de você ou do cigarro, dos dois eu não aguentaria. Sei que meu coração tá frágil, bateu mais que o normal dias atrás, mas o doutor não soube me dizer se foi saudade ou algo menos sério.

Já tomei meu chá da noite, por mais que preferisse que fosse uma cerveja naquele bar que a gente sempre frequentou e hoje não vamos mais, um com medo de encontrar outro. A separação é realmente confusa. Você também se confunde entre tentar se esconder e ser feliz?

A felicidade ainda mora aqui. Minha gargalhada ainda é escandalosa, não se preocupe. Falta algo que talvez nem seja você, ou nem seja pra ser suprida. Talvez nem fosse pra ser. Talvez o tempo tenha falhado, ou talvez ainda, esteja em um acordo com o destino, preparando algum outro ‘talvez’ mais exato.

Tanto talvez que no fim não deu certo. Mas, tenho certeza, não ter fim também não daria. 

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