Eu não sei em que cruzamento da
vida a gente se perdeu. Sei que, por mais que não tenha passado tantos dias
assim, parece que foi há meses. A lembrança fica demasiadamente distante cada
vez que tento lembrar. Ela esfumaça tanto que eu tusso e acho melhor deixar pra
lá, essa fumaça me incomoda tanto quanto a do cigarro, agora que sou ex
fumante.
E nesses
curtos quarteirões que eu percorri sozinha eu descobrir um novo mundo. Onde faz
sol, bate uma brisa gostosa a noite e vira e mexe cai uma estrela cadente, tão
lenta que consigo fazer alguns pedidos. Eu mudei também. Foi necessário me
tornar outra pessoa, para que, ao tentar lembrar da gente, eu estranhe não só
você. Clareei os cabelos, tá com um tom de morena de praia (talvez para
combinar com o sol constante), ando com eles ao vento agora, por mais que já
tenha crescido o suficiente para se prender sozinho em um coque.
Agora eu uso batom. VERMELHO,
acredita? Pois é, nem eu! Mas combinou bem com as unhas. Tô descobrindo alguém
que vivia aqui em mim e que nunca teve oportunidade de aparecer. Alguém tão
calma e serena que nem se compara a que existia antes do nosso desencontro.
Diminuí o café, troquei de perfume e estou até planejando uma viagem à Europa!
Eu não sei onde que nos perdemos,
mas provavelmente foi em uma esquina bonita, em que eu me distraí com as flores
e você com o sol se pondo. Foi tão natural e mútuo que foi verdadeiro, foi
quase feliz, quase sem dor, de uma forma que ambos desejávamos.
Mas, apesar das mudanças, ainda
uso aquele all star velho e sujo. Se um dia reconheceres meus passos, em uma
esquina qualquer, não se acanhe, me grite e me dê um tchau animado. Vou
entender dessa forma que estás feliz. Caso eu responda do mesmo jeito, mantenha
essa mesma certeza sobre minha vida.
Se sentir
saudade, lembre-se que nos prometemos um futuro feliz, independente de qualquer
coisa. Trabalhe para cumprir essa promessa, ela será nossa mais bela história
de quase-amor.
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