Definitivamente eu escolhi o quarto errado nesta casa para
dormir. Mesmo estando no quinto andar o barulho do interfone vem direto pela
minha janela. Isso não seria grandes problemas se eu não esperasse todo dia por
você. Ouço o barulho, conto dez segundos e fico na expectativa do porteiro ligar.
Mas, de novo, é só o vizinho chinês do andar de baixo.
A cama ficou grande, e minhas pernas não cansam de procurar
as suas para se entrelaçar pela madrugada. Nunca fui fã de conchinha, mas
pernas entrelaçadas me asseguravam que você estava ali.
Está tudo bagunçado, e eu queria que isso fosse apenas seu
tênis e tablet depositados em lugares estranhos, mas a bagunça tá por dentro. Tem
bagunça, tem dúvida, tem insônia, só não tem você.
E você pode estar achando todas essas palavras feitas de um
pieguismo sem fim, e são, concordo. Mas não se exige muito de corações e mentes
sobrecarregadas. Além do mais, não se fala do simples sem ser óbvia.
Não que seja simples falar disso, mas é que... ah, não sei.
Tem confusão também, tá vendo? Tem bagunça, dúvida, insônia, confusão e uma falta
só minha.
Você eu sei onde andas, mas e a sua saudade, ela nunca mais
vai te trazer aqui de novo?
Um comentário:
Então! Deu-se que passeando pelas ruas, vielas e becos do Blogger, parei aqui e achei de uma leveza singular seus textos, que resolvi lê-los com mais atenção.
Que bom que tem este estilo. É difícil ter protagonistas de contos na primeira pessoa e você escreve de uma forma indutora, invasiva para o leitor. Muito legal.
Escreva mais vezes.
E, parabéns!
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