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terça-feira, outubro 18, 2011

O amor não é um filme



Ah garota, desiste! Esse amor perfeitinho só existe no cinema. Você não vai se apaixonar pelo belo rapaz de olhos claros que cruzou seu caminho. Ele não vai roubar seu coração à primeira vista. Nem à segunda, muito menos em um lugar chamado Nothing Hill. Por mais que seja outono, a praça da esquina nunca vai ser o Central Park e nem ele o Richard Gere.

Ele vai ter uma barriga de chope, vai roncar quando beber demais e muito provavelmente não vai ficar acordado te vendo dormir. Ele vai achar algumas das suas amigas fúteis e você vai odiar o Tonhão, amigo dele que sempre liga sábado de madrugada para lembrá-lo que ele perdeu a melhor balada da vida. E saiba que, por vezes, ele vai mesmo se odiar por não ter ido.

Você pode até esperar que ele lhe mande flores em dias comuns ou que se lembre do primeiro beijo, mas aprenda que, homem não decora datas, por mais romântico que seja. Aliais, acho que o grande problema na relação homem e mulher é o romantismo. Uma mesma palavra que significa ações tão distintas entre os gêneros.

Um mundo sem filmes e histórias românticas faria as mulheres mais felizes. Porque metade da nossa frustração é sempre esperar achar um Adam Sandler que conquista a mesma mulher todos os dias, e nunca achar.

E sabe o que a gente descobre, por fim? Que seria extremamente chato ter uma bandeja de café da manhã na cama com flores colhidas do jardim, todo dia. Que na vida real, longe de Hollywood, alguns dias, os problemas do trabalho vão te deixar de saco cheio do mundo, e você vai querer chegar a casa e ter vontade de não levantar mais. E você não vai ter o mínimo ânimo para aquele jantar fofinho.

Em dias atribulados, você não vai abrir a porta do apartamento, tirar o coque do cabelo, soltá-lo de forma sensual, se despir e mostrar a lingerie vermelha que você veste para ele. Ou você acha que só mulher pode sonhar com romances de filmes?

A equação é simples. Se a gente quer um Gerry de “P.S. Eu te amo” eles querem uma Elizabeth de “9 semanas e meia de amor”. Agora, faça um favor: mude as etiquetas dos filmes de romance para ficção, levante dessa poltrona e vá atrás de um amor imperfeito, real e feliz. Porque ninguém nunca disse que a felicidade está na perfeição.

2 comentários:

Lucas Ranfer disse...

essas cenas clichês ficariam mto boas na vida real. mas deixemos de ser sonhadores, Brad Pitt nunca baterá à sua porta às 2 da manhã te pedindo uma xícara de açucar!

Lucas Ranfer disse...

adorei o texto, amiga. bem inteligente!