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domingo, setembro 18, 2011

Lumiar



No tempo que ainda faltava luz, a nossa vista não se espantava com vagalumes. As estrelas ganhavam um brilho a mais e a lua mostrava sua esquecida função. No silêncio da novela e na brisa que entrava na janela aberta, que as sombras cresciam na parede, iluminada por aquela vela colada ao pires.

Era em volta da luz bamba da chama, que o som surgia. Era um desafinado coral, ritmado pelo violão, que quase sempre era esquecido pelo canto da sala. Era ali, que eu tinha liberdade de cantar com olhos fechados, que eu desentoava sem qualquer vergonha, aquelas músicas.

Era na ausência da tecnologia, que evidenciava as pessoas. Era comunicação direta e sem ruídos. Era o amor e união em melodias simples que cantavam o mesmo. Era, e ainda é, apesar do tempo e a distância. Mas, a saudade da cidade apagada fica mais acessa que as lâmpadas de hoje em dia.

“Todas as cores escondidas, nas nuvens da rotina.”

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