Eu, como uma amante do futebol, estou há tempos para escrever sobre tal. Mas sempre me surge por trás do esporte, toda uma discussão. É muito comum achar pessoas que critiquem o brasileiro por só se sentir tal de 4 em 4 anos, mas parando pra refletir, não existem muitos motivos, para alguns, bater no peito e gritar que somos brasileiros.
É bem verdade que nosso país tem o pulmão do mundo, que temos a maior biodiversidade do planeta. Mas quantos dos brasileiros, que vivem no interior, ou que vivem em periferias de grandes cidades, terão oportunidade de um dia ver de perto à pororoca, ou de um dia pescar no pantanal? Quantos vão conhecer as cataratas do Iguaçu, e sendo bem ousada, ainda andar naqueles barquinhos que chegam lá perto das quedas? Quantos um dia poderão “passar uma tarde em Itapuã” ou ver o “cristo redentor, braços abertos sobre a Guanabara”. Tudo isso custa dinheiro, e muito, pros que se desdobram pra viver um mês com o mísero salário. E por mais que isso seja mostrado aos pobres brasileiros, pela mídia, continua sendo um Brasil demasiadamente distante.
Já o futebol, por mais que esteja acontecendo lá do outro lado do mundo, é real, é instantâneo, cada brasileiro tem a sensação de se ele não estivesse na torcida, o time não iria para frente. O futebol, por mais longe que esteja, está sempre perto. Está na TV da sua sala, está no bar de esquina, fazendo dobradinha com a cerveja gelada. O futebol está na única alegria de uma quarta feira à noite, em que o cansaço reina, apesar de ainda ser metade da semana. Está no dia que você acorda cedo (com uma disposição!) só pra chegar cedo e não ficar ‘na cerca’ da pelada.
Pra alguns, ser brasileiro é ver de perto o brilho da Sapucaí e surfar nas praias de Floripa, mas para muitos é só ver a bola rolando e a torcida cantando. Você pode até chamar isso de ‘alegria de pobre’, mas essa dura bastante tempo.
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