Augusto hoje me chamou
para tomar uma brisa. Nessas horas a gente guarda toda inércia que nos faz
querer ficar em casa e vai, porque ver o mar acalma e um pedido amigo não se
nega. Quando a gente ta mal, a gente pede aos céus alguma forma de passar por
cima disso, e pra quem acredita, essa ajuda vem. Pra mim veio pelo meu amigo,
que não me disse nenhuma palavra de conforto, mas me fez descobrir que, por
vezes, nossas dúvidas não precisam de respostas imediatas.
Augusto também tinha uma dor, que eu não sei precisar na escala de dores se era maior ou menor que a minha. Mas não era a minha, o que me fez facilmente discorrer uma longa explicação do porquê a gente precisa passar por aquilo. O Augusto não ouviu, chorava demais para ouvir aquilo. E eu me surpreendi ao perceber que eu falava tanto era para mim mesma.
Deixei o Augusto com outro
amigo e voltei pra casa pensando sobre as dores que a gente passa. Depois dessa
tarde a minha é menos pesada. Não por que eu a dividi com alguém, mas por que, mesmo
contrariando a matemática, ao somá-la a outra, ela diminuiu.Augusto também tinha uma dor, que eu não sei precisar na escala de dores se era maior ou menor que a minha. Mas não era a minha, o que me fez facilmente discorrer uma longa explicação do porquê a gente precisa passar por aquilo. O Augusto não ouviu, chorava demais para ouvir aquilo. E eu me surpreendi ao perceber que eu falava tanto era para mim mesma.
Augusto
acha que agora ele precisa de um porre, uma viagem e um novo amor. Também acho
que ele precise. Mas desejo, de verdade, que ele encontre alguém com outra dor
para somar, e respirar um pouco mais aliviado ao entender o que eu entendi hoje.