Para ouvir ♪
É nublado imaginar você. A gente se conhece há tanto, mas sei tão pouco. E você deveria saber que é deveras instigante para pessoas como eu, que falam da vida toda logo no primeiro encontro, deparar com gente que se veste de mistério. Tropeço sempre naquela vontade de saber mais.
É nublado imaginar você. A gente se conhece há tanto, mas sei tão pouco. E você deveria saber que é deveras instigante para pessoas como eu, que falam da vida toda logo no primeiro encontro, deparar com gente que se veste de mistério. Tropeço sempre naquela vontade de saber mais.
Sei algo sobre seu gosto musical, muito pouco sobre sua
família e quase nada que se passa por trás desses olhos carinhosos e mudos. E ainda carrego comigo uma imensa dúvida
sobre de onde vem tanta seriedade para encarar os sinuosos caminhos da vida.
Eu te confundo sempre com uma imagem embaçada que restou
daquela nossa noite. Não defino os limites do que realmente aconteceu e do que
criou minha embriaguez. Lembro-me de sorrisos perdidos, abraços quentes e muita
coisa que pouco condiz com você. Quem era naquele dia, o meu ou o seu álcool?
Eu fujo do encontro dos seus olhos, tenho medo de me perder
por eles, por curiosidade ou por afeto. Eu mantenho distância e respeito todas
essas placas de “Não se aproxime” que você carrega. Eu controlo minha alma
intrometida que sempre quis te perguntar quantos amores você teve na vida, e
quantos deles você ainda carrega as dores.